I . bases
do jurássico
Para os efeitos do sequente, considera-se o Gabinete, a microestrutura fundada em 1989 por ocasião do concurso público para o projecto das Novas Instalações da Sede da Secção regional do Norte da Associação dos Arquitectos Portugueses.
dos princípios
O projecto de consolidação institucional do gabinete assenta na convicção de princípio de que a prática de arquitectura, é uma actividade de âmbito social, exercida em e para a(s) comunidade(s), i.e. para "o outro" . Possui intrinsecamente uma natureza científica, sem dúvida, sendo que, é a sua componente humanística que (genéticamente, dir-se-ia) produz as mais significativas perturbações no interior da sua construção metodológica e, em última análise, a que caracteriza a sua expressão estética. Este "ser assim" aponta claramente para ambientes oficinais onde a partilha e a polemização conceptual são instrumentos potenciadores da justeza das opções produzidas, quase sempre em territórios de subjectividade. Por essa razão, aqui se procura sistematizar o possível, um modelo de gabinete que persegue a promoção e o estímulo ao chamado Trabalho de Equipa.
A vital eficácia de todas as acções, menos isoladas e mais em complementaridade, pressupõe naturalmente uma estrutura organizativa de raiz e um primado (não necessáriamente axiomático) de auto-responsabilização (haverá outras formas de responsabilização?) na assunção de cada parte da produção, bem como autodisciplina (existirá verdadeiramente outro tipo de disciplina?) nos procedimentos e gestão do Tempo Individual, no sentido da mais completa quanto possível a cada momento, viabilização do Tempo Institucional.
O gabinete possui um DNA, i.e. uma estrutura hierárquica natural. Os seus dois fundadores são-no por condição e opção, possuindo a tutela do património já constituído e do suporte material da oficina. E mais nenhuma estrutura hierárquica se pensa necessária pois, como é sabido, na prática a universal lei do bom-senso tenderá sempre a promover prerrogativas a quem, por qualidade, antiguidade, ou mesmo tradição, a elas aceder e souber fazer respeitar.
do suporte físico
O património constituído e a constituir no que aos bens móveis e imóveis diz respeito, pertence aos seus três membros mais antigos, sendo a grande maioria dos seus dois fundadores, os quais naturalmente, se comprometem a manter e, havendo possibilidade, a promover o nível de condições físicas para a produção de trabalho.
A ponderação das necessidades em matéria de aquisições e/ou investimentos é gerada no seio da equipa, decorrendo da dinâmica quotidiana do gabinete, sendo claro que, como estipula o Organigrama de Síntese, as decisões sobre prioridades e sua concretização pertence à Administração, titulada pelos fundadores.
A ”SETE MENOS QUATRO – Arquitectura, Desenho Urbano e Design , L.da”, é uma sociedade por quotas que iniciou a sua actividade em Janeiro de 2000, tendo na sua origem a associação em trabalhos anteriormente desenvolvidos pelos seus sócios que constituíam desde então o seu corpo técnico, as suas instalações situam-se na Rua do Senhor, 597, r/c, 4460-420 Senhora da Hora, Concelho de Matosinhos. A área coberta é de 190m2 e de 230m2 de área descoberta/jardim.
O gabinete possui no activo dos seus meios de produção todas as condições e ferramentas para o exercício da arte, informatização incluida, apenas contratando no exterior serviços de reprografia aplicada.
Todos os seus elementos conhecem e praticam Desenho Assistido por Computador, em ambiente Macintosh aberto, compatível com origens PC. O Gabinete está habilitado a receber e expedir todo o tipo de comunicação via Internet.
Actualmente, está constituída a equipa projectista havendo a realçar o facto de que, a grande maioria dos técnicos que a integram, trabalham juntos, com a coordenação deste gabinete, há largos anos, havendo portanto um capital de experiência que se procura optimizar em sintonia de objectivos, de opções de projecto e de efectiva coordenação técnica.
A coordenação geral dos trabalhos na ligação e interlocução com os clientes e eventuais C.A.T.’s, em todo o processamento técnico dos trabalhos é assegurada por Sete Menos Quatro, Arquitectura, Desenho Urbano e Design, Lda.
do património intelectual
Todo o património intelectual é titulado em termos de responsabilidade formal pelos fundadores, participando os restantes elementos da equipa como Co-Autorias e/ou Colaborações, qualificadas de acordo com o nível de participação em cada trabalho.
A divulgação/publicação da produção do gabinete fica sujeita à elaboração da Ficha Técnica, elaborada para cada trabalho logo após a sua conclusão e que constitui o figurino para todas as eventuais publicações e/ou acções de divulgação da produção do gabinete.
do património instrumental
O património instrumental criado e a criar no gabinete é propriedade intelectual dos seus titulares, apenas podendo ser utilizado fora do gabinete noutros contextos profissionais, pela Co-Autoria do respectivo projecto, sob o acordo dos titulares, p.ex: Bibliotecas Cad criadas, tábuas gráficas, etc...
da tendência conceptual
Acredita-se que a Arquitectura se refere sempre ao cumprimento de uma função social, promovendo condições de vivência num enquadramento ambiental progressivamente requalificado. Exerce-se de acordo com parâmetros científicos e é, simultâneamente, informada (porque atenta) pelos valores da expressão artística moderna.
Acredita-se que a dimensão criativa no acto de projectação é, em rigor, a capacidade de sintetizar com clareza a conjunção do desejo/necessidade de quem encomenda com a ética profissional de quem procura dar respostas.
Muito mais do que no virtuosismo imaginativo, a dimensão criativa afere-se, em Arquitectura, no equilíbrio racional das metodologias que exercita quem projecta.
Acredita-se que quem procura um arquitecto, o faz porque tem um problema que não pode resolver sozinho. Compete ao arquitecto ajudar a garantir a resolução de um problema pessoal ou específico, transformando-a numa aquisição colectiva.
Acredita-se que, na verdade, o acto de projectar uma acção, exige conceptualmente tanto esforço ao arquitecto (na resposta ao problema) como ao seu utente (na feitura da encomenda), sendo que, em caso de dúvida a responsabilidade de "ter razão" assiste naturalmente ao arquitecto.
Acredita-se que todo o ser humano transporta a "experiência do espaço" na sua dimensão subjectiva, o arquitecto limita-se a organizar e optimizar esse património da memória, convertendo-o em espaços e formas adequadas às exigências contemporâneas - significantes, funcionais, duráveis e belas.
Acredita-se que a projectação/construção pode ser a afirmação de um exercício empreendedor essencialmente positivo. Assim é, da estruturação urbanística de 20 hectares ao desenho de uma cadeira.
Far-se-á sempre e acima de tudo, por isso.
senhora-da-hora, março de 2009